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[fotografia, notícias]

distanciamento, diário fotográfico

O distanciamento social inclui uma série de medidas, entre elas a diminuição de interação entre as pessoas de uma comunidade para diminuir a velocidade de transmissão de um vírus por exemplo.

Não demos o devido valor para o Coronavírus quando ele ainda não estava em ares brasileiros, e quando ele chegou foi e está sendo tratado de maneiras diversas pelos atuais governos (federal, estadual e municipal) gerando uma dúvida, o que de fato o fazer? Fica em casa se possível.  Temos uma parte da sociedade que tem esse privilégio de fazer uma quarentena segura e outra grande parte de fato é obrigada ir para as ruas para poder ter o mínimo de sustento. Como se não fosse o bastante o vírus e toda a desigualdade social e racial temos que combater o desgoverno que vem destruindo o país para o bem da família do próprio vírus presidencial, seus amigos milicianos e uma direita velha baseada em preconceitos e estruturas que já não caberiam em 2020, mas se faz presente aqui no Brasil.

Entretanto eu não quero só falar das pautas que estão aí em toda mídia, quero também falar de afeto nesse momento “COVID-19”, onde o afeto está muito presente na virtualidade.

O meu afeto pelo espaço de vivência e trocas presencial a Goma oficina foi transferido para o  virtual, falo também do afeto da família que escolhi dividir parte da minha caminhada até aqui e que se transformou em uma relação que ultrapassa o coleguismo e transborda em um mar de bons sentimentos, do pensar e do fazer.

Dado essas informações, como demonstrar os afetos nesse momento?

As maneiras para se usar os aplicativos de vídeo chamada recebem atenção no fazer fotográfico. O uso do recurso print screen em computadores e móbiles ganha mais espaço em meio a produção de fotógrafas, fotógrafos, artistas e diversas outras áreas no atual cenário de pandemia.

Quero citar como exemplo o atual trabalho do fotógrafo norte americano Spencer Tunick, que já expôs na XXV Bienal de São Paulo, Brasil (2002) onde ele criou instalações efêmeras com a ajuda de centenas de corpos nus para preenchimento dos espaços. Neste novo projeto ele utiliza da mesma matérias prima para construir a imagem, o corpo humano, com a assistência dos colaboradores Studio 333 convidou pessoas de todo o mundo a participar de uma nova série de obras de arte intituladas Stay Apart Together. o trabalho faz parte da exposição virtual “Vida em tempo de guerra: arte na era do coronavírus” no USF Contemporary Art Museum, Tampa.

créditos: @spencertunick

 

“Stay Apart Together” nome escolhido por ele pode se traduzir como “fique longe junto”, apesar de estar separados no espaço físico, estão juntos.

       créditos: @spencertunick

 

Spencer preenche esse espaço, porém, desta vez eles são particulares. Com dípticos e polípticos e coloca numa mesma imagem mais de um corpo para reafirmar a resiliência da comunidade e da conexão humana e de certa forma transformando esse espaço íntimo em público.

Para responder a pergunta acima utilizo desse tempo suspenso da quarentena para construir um diário fotográfico, que tem sua experimentação na fotografia, fotopintura digital e dispositivos móveis.

O retrato por videochamada é uma delas, então convidei os amiges da Goma Oficina que divido o tempo e espaços para colaborar nesse ensaio de retratos à distância, de forma afetuosa cada um dividiu seu espaço íntimo (casa) para contribuir nesse meu diário de quarentena.

agradeço a colaboração de todos pelo tempo e afeto, seguimos atentos e forte.