novo disco o terno: atrás/além <>
Esse ano eu fiz o projeto gráfico para quarto álbum do grupo O Terno, o <atrás/além>. O projeto partiu de intervenção sobre o álbum branco dos Beatles por ideia de Tim Bernardes, que já chegou com essa imagem muito forte na cabeça, como sendo a 13a música do álbum. Para ele é uma materialização visual de que agora os três elementos do grupo podem se entender como sujeitos separadamente, por isso o jogo concretista com o nome “o”, “ter”, “no”. As três cores fazem referência aos três albuns anteriores: 66, o terno e melhor do que parece – isso foi uma sacada minha quando percebi que o número 3 tava em tudo no que ele tava querendo expressar visualmente.
O LP foi feito com a mesma faca do álbum branco, versão que o Tim tinha. É uma das primeiras prensagens, com um bolso único grande, onde ficam os dois envelopes. O acabamento é laminação brilhante e alto relevo (imagem abaixo).
Das capas que não foram, dessas que a gente sempre ama, e que nunca mostra. Eu tava nessa viagem que esse disco todo falava sobre movimento, deslocamento. E ai resolvi usar de referência a identidade do metrô de Nova Iorque do Vignelli. Mas os meninos não acharam que era exatamente isso. Eu ainda fico na dúvida qual prefiro 🙂
São dois envelopes internos no disco. Um com as letras frente e verso criando esse mar de palavras, fixado pelo topo, como se tivessem penduradas, e o outro com ficha técnica e a foto do Biel com o outro lado branco. Esse projeto a gente usou o branco e a ausência sem medo.
O CD foi feito com um único furo, de modo que a partir da rotação do encarte interno, se possibilita 4 cores de capa: azul, amarelo, vermelho e branco. Achei importante usar o mesmo tamanho de fonte do LP, e não apenas mimetizar a mesma capa, só que menor. Brincar com as diferente escalas das peças gráficas tem sido algo que tenho buscado nas minhas últimas pesquisas. Acho que muitas vezes a gente se atenta pouco a natureza das peças gráficas, seus diferentes tamanhos, possibilidades e limitações visuais. Um CD com 12cm é diferente de um LP com 31cm, e isso muda tudo! Cada vez menos eu tenho vontade de reproduzir capas digitalmente e impressas em formatos distintos, como se fossem a mesma imagem. Porque elas não são, a experiência de quem pega um CD é diferente de quem pega um LP. E foi muito massa que os meninos toparam essa comigo.
O manuseio do CD foi feito na gráfica de maneira aleatória (girando o encarte conforme queriam convinha), o que resultou em 4 capas distintas. Na imagem abaixo as possibilidades.
Para escutar o disco clica aqui.
Agradecimentos a Christian Salmeron, que sempre faz minhas produções gráficas, a Mari Marçal <3 empresária dos meninos e muito querida, e a Biel, Tim e Peixe, amigos queridos.
A gente no Canoa, gravando o coro para a música Bielzinho/Bielzinho. Ana Frango, Tulipa, Tim, Peixe, Lú, Cau e Maria. Foto do Gui Jesus