professor duprat, maestro da invenção no sesc pompeia
Fomos chamados pelo Selo Risco e pelo Trabalho Sujo para desenvolver a id visual do espetáculo que eles organizaram em homenagem a Rogério Duprat, mais conhecido por ser o arranjador da tropicália, e mais precisamente o rapaz que segura um pinico na famosa foto da capa do disco de 1968.
Os diretores musicais foram Arthur Decloedt e Charles Tixier, com curadoria de Alexandre Matias. Eles não queriam nada muito cheio de cores, que fizesse alusão a esse lado multicolorido da tropicália, como é forte características das muitas artes de Rogério Duarte (responsável por grande parte das capas de disco dessa época).
Buscamos referência na poesia concreta, que muito trocou com o movimento tropicalista. A escolha de destacar o O em uma fonte serifada bem modulada, foi utilizada representando o orgasmo do poema Organismo de Décio Pignatari.
Organismo, Décio Pignatari, 1960, obra que originou a composição Organismo, 1961, de Duprat
A escolha do uso da foto do pinico foi uma escolha a partir da colocação dos diretores, de que poucos reconhecem o rosto de Duprat. A escolha foi para lembrar que além do ar professoral, por ser um dos mais velhos da turma da tropicália, Duprat também tinha muito humor.
O jogo das cores magenta e amarelo que somam no vermelho, foi uma referência ao emblemático cartaz da época com arte de Rogério Duarte do filme de Glauber “Deus e o Diabo na Terra do Sol”.
Cartaz de Rogério Duarte, 1964
Uma pequena homenagem ao Cinema Novo, a Tropicália e a Poesia Concreta.
A banda foi: Tiê, Tim Bernardes, Thiago França, Chicão, Mariá Portugal, Maria Beraldo, Luiza Lian, Jonas Sá, Jaloo, Filipe Nader, Curumin, Charles Tixier, Arthur Decloedt e André Vac. <3
Quem quiser ouvir o show, segue o link: https://www.mixcloud.com/olvecioestavala/professor-duprat-maestro-da-invenção/