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blog processos, o que esperar?

A Goma é formada por artistas (arquitetos, fotógrafos, designers, ilustradores, maquetistas, muralistas, amigos, amantes do ping pong, da música, da arte e da ciência). A arquitetura do nosso site sempre foi um ponto longo das discussões de reunião. Porque afinal ela reflete um modus operandi, que sempre esteve em construção, variando seus integrantes, suas atuações, o foco artístico e profissional….é o que a gente gosta de chamar de “processo orgânico: com constante reorganização de seus meios”, que sem ele não teria o coletivo! A incessante reconstrução do que é: o espaço, o grupo, e sua atuação.

Há 3 anos inauguramos a aba no site que apelidamos de janela, com toda a nossa produção individual, pontual, e B, como se de fato, o usuário estivesse olhando da janela do nosso espaço. O que veria? Maquetes, livros, protótipos, ensaios fotográficos, estudos, colagens, ilustrações, estampas, ferramentas… Acabou que o nome janela nos foi tão significativo que virou em 2016 o nome da nossa pequena editora independente janela goma oficina, que publicamos em 2016 os livros “Hecho em Mexico” e “Taciturnidades” de Fernando Banzi, em 2017 “Omipipa” do mesmo autor, “Antologia Afetivas” de Ana David, “RMI” de Caio Ramires, “Dança Circular” e “Intervalos Geométricos” de Maria Cau Levy e “Banhos de Ervas e Plantas” de Izabel Barboni. Começou a ficar um tanto confuso a existência da Editora Janela em conjunto com a aba do site, em que colocávamos muitos tipos de produção além dos livros.

se estivesse olhando da janela do nosso espaço. o que veria? maquetes, livros, protótipos, ensaios fotográficos, estudos, colagens, ilustrações, estampas, ferramentas…

Acreditamos no processo e na autonomia. Entendemos que até então nossa arquitetura digital websitística não permitia que a gente mostrasse processos, e sim projetos prontos – na nossa aba projetos. Que grande contradição! Como nos dizemos defensores assíduos do processo se nem em nossa casa virtual temos espaço para expôr os mesmos? Arquitetura é processo, a vida é processo, e a imagem final é consequência, e é de longe o menos importante.

Sempre colocamos essa pauta em palestras nas universidades, como UFMG, FAU Mackenzie, URI Santo Angelo, U.E Maringá, São Judas, FAAP, FMU, entre outras. Mas gostaria de citar um debate específico que ocorreu em 2017, em uma mesa comemorativa de uma universidade, quando fui participar de uma mesa de debate, junto com outros alunos jovens egressos. Fui a última de cinco a falar. Todos contaram sobre os concursos que tinham ganho, e apresentaram brevemente os projetos. Eu como mais nova e mais inexperiente, falei: nós nunca ganhamos nenhum concurso”. O mediador logo me cortou: “Não tem problema, magina…fala da sua experiência…”. Mas eu tava muito tranquila. Só queria dizer: a gente acredita em processo, em diálogo, em fazer junto. A gente acredita na importância dos concursos para a profissão, mas a gente não escolheu atuar deste modo. E brevemente contei a experiência do Vila Flores, encabeçada por Jõao Wallig e Vitor Pena. No Vila, se não fosse o processo, a escuta, o tempo de apropriação, de espera, não teria surgido a Associação Cultural, que nasceu do desejo daqueles que estavam construindo juntos aquela história (hoje mais de 25 iniciativas). Teve o diálogo com prefeitura, com associação de bairro, universidades, teve muitos debates, portas abertas, festas, feiras, e, em 6 anos de história e construção, hoje o Vila Flores está no centro do debate sobre o IV Distrito de Porto Alegre, ex zona industrial, como um dos principais debates urbanísticos da cidade.



Como gostaríamos que esse blog tivesse sido criado antes! Quantos processos desses últimos anos poderíamos ter registrado, e acompanhado o crescimento através dessa plataforma. As primeiras viagens do Lauro ao Paraguay, quando foi pela primeira vez comprar uma lente em Ciudad del Este, que está culminando em nossa primeira exposição com direção de conteúdo realizada pelo coletivo: Arquitetura Contemporânea no Paraguay. As primeiras fotopinturas do Fernando Banzi, que esse ano também estarão em duas exposições, uma individual no MIS São Paulo e outra no Photospaña em Madrid. As primeiras estampas que eu realizei com a Gabriela Forjaz, a gente entendendo o que era uma grade, como pintar tecido, como fazer uma máscara – processo fundamental para o projeto Fronteira Livre que a Goma realizou na 11a Bienal de Arquitetura de SP. As colagens de Ana David que iniciaram nas aulas do Mutarelli no Pompeia que o Juca a levou, As primeiras miniaturas do Gui Tanaka, as aventuras do JF Wallig e do Vitor Pena com o Sistema Ó, que em 2018, após 4 anos de pesquisa, Vito entrega sua tese de mestrado Entre o genérico e o específico: sistema desmontável para abrigos.

Por isso esse texto sincero, de abertura de portas. Que seja daqui para frente muitos processos registrados! Agradecimentos a Victoria Braga e Christian Salmeron pela co-idealização desta aba.

Que abram os caminhos! Laroyê Exú!